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  Acontece na Paróquia  

  • Thaís Gurgel - PASCOM Santa Teresinha

Padre Rafael abençoa a juventude no segundo dia do Tríduo de Santa Teresinha


Com semblante calmo e bondoso, Padre Rafael celebrou ontem, 29 de setembro, o segundo dia do Tríduo em preparação para a Festa de Santa Teresinha, que teve como tema: "Ajuda-me a ser um jovem misericordioso, oferecendo-me uma juventude livre de abusos e repleta de felicidade". Alegre, o celebrante já iniciou a missa com um animado "boa noite!", instigando os participantes a terem um espírito jovem e fraterno que se reflita desde o modo de se cumprimentar.

Essa quinta-feira também foi dia de recordar os arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, que por meio de sua presença combatem o mal e protegem a todos. Além de Santa Teresinha do Menino Jesus, exemplo de vida e serviço a Deus, que dedicou-se com amor a tudo que fazia.

Em sua homilia, Padre Rafael questionou a posição do jovem cristão na sociedade atual, que é seduzida pelo ideal de felicidade por meio do consumismo, fama, sucesso e dinheiro, ao passo que milhares de pessoas estão enfrentando situações desumanas, como os imigrantes de países em guerra ou mesmo as pessoas que estão sofrendo atentados nas campanhas eleitorais deste ano aqui no Brasil.

Então, como pensar no outro e ser verdadeiramente misericordioso? Para responder a essa pergunta, o padre citou o Evangelho de Mateus, quando Jesus diz para amarmos a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos [ref. Mt 22, 34-40]. Parece simples, mas é desafiador nos tempos atuais... E foi por isso que o papa Francisco convocou toda a Igreja para o Jubileu da Misericórdia, lembrando a importância de perdoar, não julgar, afastar-se de fofocas, ciúmes e inveja, a fim de sermos, cada um de nós, instrumentos de paz.

LEIA A HOMILIA DO PADRE RAFAEL NA ÍNTEGRA

Entre os pontos altos da noite, houve a presença da juventude da comunidade ajudando a realizar a missa, como no momento em que entraram com a Bíblia e as velas, representando a Palavra de Deus que ilumina nossa vida. Também no momento do Ofertório, quando levaram ao altar um terço, uma calça jeans e um livro, simbolizando a oração, o jovem ("precisamos de santos de calça jeans...", recordando as palavras de São João Paulo II) e os estudos, respectivamente.

A celebração terminou com grande alegria! O padre Rafael abençoou as carteiras de trabalho e chamou os jovens ao altar, pedindo que refletissem sobre o fato de serem os mais cobiçados por quem quer destruir o mundo, pois se acabar a juventude, perde-se o futuro. Então, pediu que sejam firmes e façam o que é correto, com a certeza de que Deus vai protegê-los e abençoá-los em seus caminhos.

Sobre o Padre Rafael

Padre jovem, ordenou-se em 2008 e, no dia anterior a esta missa, completou nove anos de diaconato. Tem como lema "o chamado a cuidar da vida" e é natural de Santa Cruz do Sul, no centro do Rio Grande do Sul. Atualmente reside no bairro do Ipiranga, em São Paulo, e cursa o mestrado em Direito Canônico.

Padre, pode nos contar como foi o chamado para sua vocação sacerdotal? Quando teve certeza que sua vida seria dedicada à Igreja?

"Eu vejo o meu discernimento sacerdotal de uma forma muito dinâmica. Quando era pequeno, eu alimentava a vontade de ser padre, mas quando cheguei ao Ensino Médio abandonei completamente essa ideia. Só depois, durante a faculdade de Filosofia, despertou-me novamente essa curiosidade de conhecer a vida de seminário. Algo que me chamou bastante a atenção também foi um padre que, eventualmente, vinha à minha comunidade auxiliar meu pároco, principalmente no período do Natal. E ele era muito direto, por diversas vezes apontava para mim e dizia: 'Você vai ser padre!', sem rodeios. Aquilo foi um ponto que sempre me marcou muito, então quando entrei para o seminário foi uma coisa muito decidida".

Neste segundo dia de Tríduo, o tema é relacionado aos jovens. Quais os pontos de destaque ou desafios da vida religiosa de alguém desta idade?

"Vejo que, de certa forma, a ação dos adultos criou tabus, resistência, uma certa barreira aos jovens. Particularmente, nesses oito anos em que sou padre tive um envolvimento muito forte com a juventude, a partir do momento em que descobri que também tinha a vocação de ser professor. Então, como padre, iniciei a vida de professor do Ensino Médio e criei muitas amizades a partir dessa quebra que houve, de que o padre não está só atrás do altar, mas que ele pode fazer outras coisas, ser professor, participar de festas que a juventude promove... Enfim, isso quebrou muitas barreiras, criou laços e acabou chamando a juventude ao serviço. Um dos tabus que me chamou a atenção foi a primeira festa que participei, que foi um escândalo para os jovens: 'O QUÊ? O PADRE AQUI??'. Então eu pensei: 'Por que o padre não pode estar aqui?'. Se eles não vão à Igreja, por que o padre não pode ir a uma festa? Então, mais do que uma vocação, é a dignidade humana que eu tentei mostrar a eles, pois humanamente falando todos nós somos iguais".

Outubro é o Mês Missionário e Santa Teresinha é a Padroeira das Missões. Pode nos dar uma mensagem sobre a importância de ser missionário? E aproveitando que estamos falando de Santa Teresinha, o senhor tem alguma relação especial com ela?

"O interessante é que Santa Teresinha é a Padroeira das Missões, mas ela nunca foi missionária, no sentido de sair em missão. O principal ponto que ela nos ensina é a chave para a nossa vida: descobrir o Amor. O centro e coração da Igreja é o Amor! E tudo aquilo que a gente faz, se não tiver o amor presente, é uma ação vazia e superficial que alimenta o próprio ego, mas que não realiza. O grande segredo de Santa Teresinha é sair de si mesmo ao encontro do outro e mostrar esse amor. E o trabalho missionário é de extrema relevância atualmente. Nós temos congregações na Igreja que se preocupam nessa missão com os necessitados, como as pessoas que estão abandonando seus países em busca de oportunidades ou mesmo para salvarem a própria vida. E nestes espaços devem ecoar os ensinamentos de Santa Teresinha. Sobre a minha relação com ela, em abril deste ano eu realizei um trabalho missionário em Boa Esperança, MG, e foi algo muito gratificante poder me envolver numa cultura diferente. Também estive, nesse último fim de semana, em Piracicaba, interior de SP, realizando um trabalho com os cortadores de cana, e vemos um ambiente de pessoas batalhando no trabalho árduo, enfrentando perigos para sustentar sua família que está longe e, ao mesmo tempo, com uma grande carência espiritual. E como no início eu disse, Santa Teresinha pode não ter sido uma missionária direta, em ação, mas vemos que o legado que ela deixou deve perpassar toda a ação da Igreja, pois não é à toa que ela foi declarada Doutora da Igreja com menos de 24 anos (já que nesta idade exata ela veio a falecer)".

Gostaria de acrescentar alguma coisa ou deixar alguma mensagem para a comunidade?

"Eu já estive aqui uns dias atrás e tenho uma ligação com a região de Santo André e a Paróquia de Santa Teresinha, como Diretor

Espiritual de uma equipe de Nossa Senhora que envolve paroquianos daqui. A impressão que eu tive é de uma paróquia realmente ativa, que envolve as pessoas e, ao mesmo tempo, também mostra à sociedade aquilo que o Papa Francisco também pede de nós: que possamos ir ao encontro e ter o cheiro das ovelhas. Ou seja, isto é ser missionário: abrir portas, ir ao encontro das pessoas e envolvê-las para construir uma comunidade viva e atuante".

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