Padre Guilherme reza pelos adultos e idosos no último dia do Tríduo de Santa Teresinha
Continuando a Festa da Padroeira em nossa Paróquia, e para encerrar o nosso Tríduo em Louvor à Santa Teresinha, recebemos, neste dia 30 de setembro, o Padre Guilherme para celebrar uma linda missa com o tema direcionado aos adultos e idosos, com o seguinte lema: “Ajudai-me a ser um adulto misericordioso, oferecendo-me uma velhice repleta de alegrias e distante do abandono familiar.

Já no começo da celebração, ele dissertou, brevemente, sobre o tema, ressaltando um dos maiores desafios da vida adulta: o exercício da paciência, principalmente para entender os mistérios e as negativas de Deus. Com seu jeito alegre e sorridente, nos lembrou que, às vezes, é mais fácil ajudar outra pessoa a melhorar como ser humano do que transformarmos a nós mesmos. Disse também que o exemplo de vida simples e humilde da nossa padroeira pode nos ajudar nesta missão.
Em sua homilia, o padre contou a história dos pais de Santa Teresinha, que foram canonizados recentemente e se esforçaram muito para que seus filhos fossem pessoas educadas e disciplinadas. Explicou, inclusive, que o mérito sobre boa parte do que somos é dos nossos pais, ou seja, de pessoas com mais experiência na sociedade.
Assim como os outros celebrantes do Tríduo, o Padre Guilherme também contou lindas e emocionantes histórias sobre a relação de Santa Teresinha com sua família, que mesmo passando por momentos muito difíceis, nunca perdeu a fé e a esperança no amor de Deus. Este é o exemplo que devemos seguir: sempre observar as coisas boas que Deus realiza em nossa vida. Como Santa Teresinha e sua família, devemos plantar rosas no nosso caminho até a velhice. Não podemos focar nos espinhos, mas sim no perfume das flores.
Membros mais experientes da igreja participaram do ofertório levando ao altar uma cesta de alimentos, um cobertor e um enorme coração. Estes elementos, juntos, simbolizavam a mais importante missão da vida adulta: ajudar ao próximo. Padre Tiago marcou presença para dar alguns avisos e agradeceu a presença do Padre Guilherme dizendo o quanto a comunidade tem carinho por ele e que as portas de nossa igreja estão sempre abertas.
Ao final da celebração, o Padre Guilherme chamou todos os idosos ao altar para dar uma bênção especial a eles. Inspirados pela simpatia do padre, todos presentes derramaram uma chuva de bênçãos naqueles que, com a experiência acumulada pelos anos de vida, se tornam referências de fé para os mais novos. Neste momento, houve até sorteio de presente: uma linda telha pintada com a imagem da padroeira. O celebrante recordou, ainda, uma linda experiência que teve com o Padre Jorge, contando como ele gostava de explicar sobre os detalhes das rosas dos lustres da igreja e que sempre o recebeu na paróquia com muito amor e carinho.
Que no próximo ano possamos nos reunir, mais uma vez, para realizar esse Tríduo de preparação, que já se tornou tradição em nossa paróquia e nos proporciona momentos tão especiais!

Sobre o Padre Guilherme
Conheça um pouco mais sobre este padre, que desde muito cedo sentia uma grande vontade de realizar um trabalho que tivesse como principal objetivo ajudar as pessoas.
Padre, pode nos contar como foi o chamado para sua vocação sacerdotal? Quando teve certeza que sua vida seria dedicada à Igreja?
“Eu tive a primeira vontade de ser padre por volta dos 9 anos. Era coroinha, nesses moldes tradicionais, e achava muito bonita toda aquela situação. Deus se utiliza de diversos meios para falar com a gente e nos chamar. Eu pensava: ‘que missão bonita, falar de Deus e ajudar e servir aos outros’. Em contrapartida, eu tinha um pai que era Policial Militar e aquela carreira também me atraiu muito pelo mesmo princípio de ajudar aos outros. Essa era sempre a força motriz: por um lado, através de Deus e, por outro lado, através de uma força social. Mas com o discernimento do tempo, concluí que era apenas um desejo de criança e abdiquei da vida religiosa, por volta dos 11 anos. Estudei, durante o ensino médio, para ingressar na academia dos oficiais da Policia Militar. Mas, aos 15 anos, o chamado de Deus ainda era muito forte e refleti sobre o modo como eu preferia fazer o bem para os outros. E cheguei à conclusão que não poderia surgir nenhum bem maior que não fosse através de Deus. E, neste momento, não tive mais dúvidas. Assim, nesta idade, tomei a decisão de servir a Deus e ser padre.”
Neste segundo dia de Tríduo, o tema é relacionado aos idosos. Quais os pontos de destaque ou desafios da vida religiosa de alguém desta idade?
“Sou ainda muito jovem e tenho apenas 1 ano de ordenação, não tendo essa experiência de vida. Mas vejo, nos meus colegas e no meu pároco de origem – que foi justamente quem me inspirou à vocação – que ele tem essa experiência. Ele não está mais à frente de uma comunidade e só celebra em alguns lugares. Penso que o maior desafio deste período é não nos preparamos para um descarte. Hoje, a nossa sociedade descarta tudo e todos, e os padres também entram nessa dinâmica. O desprezo familiar acontece com uma matriarca, um patriarca, com qualquer pessoa que não tenha mais nada para oferecer de útil. As comunidades, muitas vezes, usam o padre enquanto ele pode oferecer algo. Quando ele começa a falar alguma coisa meio estranha ou quando ele já não age mais do jeito que todo mundo gosta, ele é malhado e vai sendo aos poucos descartado. E essa culpa é de todos. É um culpa colegiada. Só poderíamos enxergar de outra forma se o nosso coração fosse mais convertido. Seja esta situação com um padre ou qualquer outra figura humana. O padre passa pelo mesmo drama das pessoas idosas quando as demais pessoas não entendem que, mesmo com a idade, ainda são colaboradores da vontade de Deus. É um desafio grande e bonito essa acolhida também, sinal da nossa maturidade de fé também. Se sabemos acolher quem não serve pra nada, no sentido social do termo, é sinal de que somos maduros na fé. É um desafio para nós pois a proposta do Evangelho é sempre desafiadora.”
Outubro é o Mês Missionário e Santa Teresinha é a Padroeira das Missões. Pode nos dar uma mensagem sobre a importância de ser missionário? E aproveitando que estamos falando de Santa Teresinha, o senhor tem alguma relação especial com ela?
“As missões estão presentes em tudo o que fazemos. Se respondemos à vontade de Deus, essa é a nossa missão. Algumas missões implicam em distâncias territoriais, em ir a lugares diferentes. Outras implicam em levar o nosso coração para onde ele não quer ir. E isso é uma grande missão. Em cada família, em cada vocação específica, em cada realidade humana, podemos responder sim ou não para a missão que Deus nos chama. Um pai de família tem a missão de ser pai de família mas também tem as micro-missões ao longo de toda a sua história. Se ele vai respondendo que sim, ele é feliz. E, na vida religiosa, é a mesma coisa. Deus nos ajuda conforme dizemos sim. Um grande termômetro para saber se estamos fazendo a missão é observar se estamos 100% onde queremos. Somos muito egoístas e pensamos sempre no nosso conforto. Hoje, a grande mensagem da missão é estar aberto à graça de Deus para fazer o que ele quer e ter certeza de que o plano de Deus é muito melhor do que os planos que fazemos para nós mesmos.
Eu li o livro de Santa Teresinha “A história de uma alma”, aos 13 anos. E foi um livro que me inspirou muito pois, na ocasião, estava refletindo sobre a vida religiosa e ler sobre os apuros que Santa Teresinha passava era muito motivador. Pois se ela suportou, todos nós podemos aguentar também. Na dor, nos fazemos solidários. Santa Teresinha, com tão pouca idade, conseguiu ajudar tanta gente. E ajuda até hoje. Então esse é o maior sinal de que ela era uma mulher totalmente de Deus. É difícil ver santos tão doces quanto ela foi. E ela, ainda hoje, traz doçura ao mundo.”
Gostaria de acrescentar alguma coisa ou deixar alguma mensagem para a comunidade?
“Desejo que amanhã (1º de outubro, dia da Padroeira) seja uma ótima festividade. Que seja tudo muito bom! Na certeza de que já é, pois com uma intercessora forte dessa não há como ser diferente. Que ela produza sempre frutos contínuos dentro da própria comunidade. A experiência de celebrar o padroeiro é a experiência de celebrar também a vida da comunidade. Que essa chuva de rosas se derrame por todo o ano.”