Especial Semana Santa 2018 | Quinta-feira Santa conta com Missa dos Santos Óleos, Lava-Pés e Vigília
Na Quinta-Feira Santa damos início ao Tríduo Pascal, no qual temos a graça de celebrar a paixão e morte do Senhor durante os três dias que antecedem a Páscoa. E o dia 29 de março de 2018 foi marcado por diversas celebrações em nossa paróquia e Diocese. De manhã, foi realizada a Missa dos Santos Óleos na Catedral do Carmo, celebração para bênção dos óleos que serão utilizados nas igrejas, bem como para renovação da ordem presbiteral. À noite, nossa comunidade se reuniu para participar da celebração que relembra a última Ceia do Senhor, com o rito do Lava-Pés e a trasladação do Senhor.
Missa dos Santos Óleos
Já no início da celebração, a procissão de entrada foi emocionante, com o bispo Dom Pedro acompanhado do bispo emérito Dom Nelson. As palavras de Dom Pedro, em sua homilia, tocaram fundo nos corações de todos os presentes. Em seguida, houve a Renovação das Promessas Sacerdotais e, então, a apresentação dos Santos Óleos.
Após a comunhão, pudemos assistir à bênção do Óleo dos Catecúmenos, sinal da fortaleza divina, com o qual serão ungidos aqueles que pedem a graça do batismo para se inserirem como membros do Corpo de Cristo. Depois, foi a vez de consagrar o Óleo do Crisma, que nos recorda o convite de espalharmos o perfume de Cristo pelo mundo e expressa uma destinação especial a tudo quanto ele unge: aos crismados, para receberem a força do Espírito Santo e testemunharem sua opção cristã; aos bispos e presbíteros, para configurá-los ao Sumo Sacerdócio de Cristo; e aos altares e cruzes de igrejas dedicadas, para reservá-las exclusivamente ao culto divino. Por fim, foi abençoado o Óleo para a Unção dos Enfermos, utilizado para bênção dos doentes, também chamada de extrema unção.
Nesta celebração, em que foi feita memória do sacerdócio ministerial, os presbíteros representantes das dez Regiões Pastorais e da Pastoral Presbiteral de nossa Diocese receberam de presente do Bispo Dom Pedro um quadro com Santo André, sinalizando a Família Diocesana. Também, neste Ano do Laicato, representantes leigos da Diocese receberam um Lírio da Paz, manifestando o compromisso em assumir a busca pela paz através da superação da violência, como sugere o tema da Campanha da Fraternidade 2018.
Por questões logísticas, os óleos foram coletados apenas na manhã do Domingo de Páscoa, quando um casal de ministros de nossa comunidade, Camila Alves e Eder Souza, retornaram à Catedral do Carmo. Houve a missa da Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo e, ao final, foram entregues os óleos aos representantes de cada paróquia.
Lava-Pés relembra a última ceia do Senhor
Ao chegarem à Paróquia Santa Teresinha na noite da Quinta-feira Santa, as pessoas encontraram a igreja pouco iluminada e com um foco de luz numa ânfora que, mais tarde, seria utilizada na cerimônia do lava-pés. Ao toque do sino, a igreja teve suas luzes acesas e a celebração começou: Jesus, o grande Senhor, que se faz serviçal para dignificar o gênero humano, nos convida a contemplar o projeto do Pai. Estivemos reunidos, nesta quinta-feira, para celebrar a instituição da Eucaristia na última ceia do Senhor, que muito se relaciona com o serviço, pois a partilha de Jesus nos inspira a também partilhar.
Em sua homilia, Padre Tiago fez questão de enfatizar a importância do trabalho dos agentes pastorais que se colocam a serviço da Igreja e que estavam presentes neste primeiro dia do Tríduo Pascal, pois é importante participar desta caminhada e presenciar as dores e sofrimento de Jesus Cristo. Chamou também a atenção de todos com relação ao desperdício de água e alimento, que é muito presente nos dias de hoje.
No rito do lava-pés, relembrando a prioridade paroquial definida para o ano de 2018: a evangelização da família. Assim, quatro famílias foram escolhidas: doze cristãos leigos participaram deste ritual no qual seus pés se uniram com o mundo e com a terra que um dia nos receberá quando já estivermos no encontro com o Pai. A assembleia acompanhou com muita atenção, em oração, Padre Tiago lavando os pés destes servidores conhecidos e anônimos da nossa comunidade. Neste momento, lembramos também a importância do Cristão leigo, por estarmos vivendo o Ano do Laicato, que busca motivar uma participação maior dos leigos na vida da Igreja e da sociedade.
Além do ritual do lava-pés e da última ceia, dois outros momentos marcaram o primeiro dia do Tríduo Pascal: a assembleia, de mãos dadas em uma única voz, cantando a oração do Pai Nosso e, depois de quarenta dias, todos se alegraram ao cumprimentarem-se com o Abraço da Paz. Foi uma celebração emocionante do começo ao fim!
Vigília Noturna e Horas Santas: a comunidade permanece com o Cristo
Ao final da celebração de Quinta-feira Santa, ocorreu a Transladação do Santíssimo Sacramento. Diferentemente dos últimos anos, o Santíssimo ficou exposto no Salão Paroquial Padre Jorge, e não na lateral da igreja. A Transladação é o momento que relembra a inquietação, sofrimento e angústia de Nosso Senhor Jesus Cristo, que sabia que seria entregue às autoridades e também toda a humilhação e dor que viria a passar. Jesus se retirou para o Horto das Oliveiras com alguns de seus apóstolos, que não resistiram em orar com Cristo nem por uma hora, adormecendo.
Em nossa comunidade, ao relembrarmos este momento de agonia, todos são convidados a acompanhar o Cristo. Durante toda a madrugada da quinta-feira para a Sexta-feira Santa, das 22h30 às 7h da manhã, permanecemos em Vigília com o Senhor. Este momento começou com a comunidade, em procissão, acompanhando o Padre Tiago enquanto levava o ostensório com Jesus sacramentado do altar para o salão, através do lado externo da igreja. Após um breve momento de oração, conduzido pelo pároco, os presentes foram convidados a realizarem suas orações, mantendo profundo silêncio em respeito à situação de Cristo.
Até meia-noite, o salão permaneceu aberto para que as pessoas orassem e acompanhassem o começo da Vigília. Das 0h até 7h da manhã, as portas permaneceram fechadas. A partir de então, houve diversas atividades de oração e reflexão. Iniciamos com o Santo Terço, que meditou os mistérios dolorosos, relembrando desde a agonia de Jesus até Sua crucificação e morte. Em seguida, leituras bíblicas e discussões nos levaram a pensar no sofrimento de Cristo. Recordamos a família, com cada participante falando sobre o seu conceito desta importante célula da sociedade. Foi tema, ainda, a certeza que temos sobre a ressurreição.
Já no fim da Vigília, houve uma pequena partilha entre os participantes, com cada um contando um pouco de sua história de vida dentro da Igreja, o que lhe trouxe até a comunidade de Santa Teresinha e por que estava ali na Vigília. Foram compartilhadas várias histórias de superação, de mudança de rota, de companheirismo e de encontro com Deus. Foi um momento para recordar as maravilhas que Deus realiza em nossas vidas e para fortalecer os laços de empatia entre os participantes. Todos os períodos contaram com músicas, orações e adoração. Jesus e Suas obras na terra foram o foco deste momento de grande emoção. A Vigília Noturna foi conduzida pela Renovação Carismática Católica (RCC) de nossa comunidade, com auxílio das demais pastorais. Havia café e comidas simples para os presentes manterem-se firmes no decorrer da jornada.
E, no começo da manhã, com o sol já raiando, as portas do salão foram abertas para que a Vigília continuasse, agora com as chamadas Horas Santas, onde as pastorais se revezam para acompanhar Jesus Cristo até as 14h, horário após o qual Jesus é retirado para a sacristia para que a comunidade se prepare para a celebração da Paixão do Senhor, às 15h. Assim, com a presença de todas as pastorais, pudemos estar em união e centrados no grande mistério de nossa fé, que a Semana Santa vem nos relembrar e revigorar. Pudemos, ainda, recordar tudo que Jesus passou e saber que foi por nós: para nos dar exemplo, para nos resgatar, para que sejamos pessoas melhores uns com os outros, para demonstrar o infinito amor de Deus a cada um de nós.