Celebremos Cristo, o Rei do Universo!
No fim do ano litúrgico, a Igreja faz questão de recordar que Jesus Cristo é nosso Rei. Mas, diferentemente dos reis das nações, vistos mundo afora, sua marca não é a ostentação mas, sim, a humildade.
A Solenidade de Cristo Rei do Universo é uma das festas mais relevantes no calendário litúrgico católico. Nela celebramos Cristo, que é o Rei do Universo. Seu Reino tem como principais marcas a exaltação da verdade e da vida, da santidade e da graça, da justiça, do amor e da paz. Justamente os princípios daquele Reino que Jesus nos apresenta durante Sua passagem na Terra, especialmente, nos Evangelhos. Tal Solenidade é relativamente recente: o Papa Pio XI, na primeira encíclica de seu pontificado, foi quem a estabeleceu, no ano de 1925.
O ano litúrgico sempre termina com esta festa, que reforça a importância de Cristo como centro da história universal. Ele é o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim. Cristo reina na vida das pessoas com a mensagem de amor, justiça e serviço. O Reino de Cristo é eterno e universal, quer dizer, para sempre e para todos os homens. Especialmente, neste ano de 2016, a Solenidade de Cristo Rei do Universo também encerra o Ano da Misericórdia extraordinário proclamado pelo Papa Francisco (conheça nossa Série sobre o Ano da Misericórdia).
Esta festa relembra Cristo como um Rei bondoso e que, como um pastor, guia a Sua Igreja Peregrina para o Reino dos Céus. Reino este, o qual desejamos não somente alcançar na eternidade, ao seguirmos os ensinamentos de Jesus, mas também promovê-lo aqui na Terra, gerando um mundo de harmonia, igualdade e amor fraternal.
Em meio à Paixão de Cristo, temos o seguinte relato da conversa de Jesus com Pilatos [Jo 18, 33b-37]:
Pilatos chamou Jesus e perguntou: “Tu és o rei dos judeus?” Jesus respondeu: “Você diz isso por si mesmo, ou foram outros que lhe disseram isso a meu respeito?” Pilatos falou: “Por acaso eu sou judeu? O teu povo e os chefes dos sacerdotes te entregaram a mim. O que fizeste?” Jesus respondeu: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que eu não fosse entregue às autoridades dos judeus. Mas o meu reino não é daqui.” Pilatos disse a Jesus: “Então tu és rei?” Jesus respondeu: “Você está dizendo que eu sou rei. Eu nasci e vim ao mundo para dar testemunho da verdade. Todo aquele que está com a verdade, ouve a minha voz.”
Neste trecho podemos observar que Jesus assume pertencer a um reino, mas que este não seria desse mundo. E toma o cuidado de se fazer claro ao assumir-se, explicitamente, como um Rei pois a concepção de realeza a qual era conhecida na época não condizia com a que ele realmente representa e é. Sua realeza não é igual àquela dos poderosos deste mundo. Estes exploram e oprimem o povo, muitas vezes em um mundo de mentira e segundas intenções. Jesus, ao contrário, é o Rei que dá a vida e traz aos homens o reino da verdade, onde há incentivo à partilha e à fraternidade.
Nos Evangelhos, Jesus é tratado como rei duas vezes: em sua chegada a Jerusalém montado em um jumentinho, fato este relembrado no domingo de Ramos; e durante a Paixão de Cristo, no qual ele é envolto em um manto vermelho, com uso de coroa de espinhos e possuindo a inscrição “Jesus de Nazaré, rei dos judeus (INRI)” em sua cruz. Esta segunda situação, sabidamente, de modo irônico. Em ambas, podemos notar o caráter de humildade de Jesus. Foi Rei da Paz e amou até a morte. Jesus é a antítese da realeza de riquezas e poder: Sua realeza é a personificação do Amor de Deus por toda a humanidade e por toda a criação.
Aproveitemos esta festa pois ela é ocasião propícia para reconhecermos e relembrarmos que, na cruz de Jesus, o poder opressor, criador de desigualdades, gerador de exclusões e espalhador de sofrimento está definitivamente derrotado! Isso se deu pelo Seu modo de viver para Deus e para os outros. O “fracasso” na cruz é a vitória de Jesus sobre o mal, o pecado e a morte, por meio de Sua Ressurreição: um passo fundamental do alicerce de seu Reino.
Fontes: