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 Gotas de Catequese 

22/07/2018

Na Gota de Catequese de hoje, nós vamos falar sobre a Liturgia da Palavra. E, inicialmente, cabe esclarecer que a Igreja “divide” a missa em Ritos Iniciais, Liturgia da Palavra, Liturgia Eucarística e Ritos Finais. Mas a missa não é, de fato, dividida. Só os liturgos – aqueles que cuidam da celebração da missa – que dividem deste modo para ficar mais fácil a compreensão. E aqui vai uma meia Gota de Catequese para os animadores: não se deve dizer, em meio à missa, os termos “Liturgia da Palavra”, “Liturgia Eucarística” e “Ritos Finais”. Embora esteja escrito em nosso folheto, no ABC Litúrgico, não é para ser dito. Pois a celebração é uma continuidade.

Na Liturgia da Palavra, aos domingos, nós temos quatro leituras: Primeira Leitura, Salmo, Segunda Leitura e Evangelho. Durante a semana, quando não é festa ou Solenidade, nós temos apenas três leituras: Primeira Leitura, Salmo e Evangelho. 

No domingo, normalmente, nós temos na Primeira Leitura um trecho do Antigo Testamento – ou, como os biblistas gostam de chamá-lo, Primeiro Testamento –, onde estas leituras vão apontar o Messias, o Salvador. Por isso que, geralmente – e sobretudo no Tempo Comum, o qual estamos celebrando –, nós refletimos sobre a vida dos profetas e suas palavras. E a Primeira Leitura, com exceção do Tempo Pascal, é retirada do Primeiro Testamento, porque está em conexão com o Evangelho, apontando a vinda do Salvador, do Messias ou, como no Evangelho de hoje [Mc 6,30-34], o Bom Pastor. Na Páscoa, nós vamos, durante 50 dias, refletir sobre os Atos dos Apóstolos, quando a Igreja nasce. Então, neste caso, nós temos 2 leituras do Novo Testamento. 

O Salmo, ele é, normalmente, retirado do saltério, dos 150 salmos. Mas existem alguns dias, nos quais, ele não é um salmo, mas sim um trecho de uma leitura, de uma parte da vida ou das palavras dos profetas. E o Salmo está em estreita relação com a Primeira Leitura. Ele é, praticamente, uma resposta à Primeira Leitura. Alguns músicos, antes de fazerem o salmo, até chegam a falar “em resposta à Primeira Leitura, entoemos o Salmo”. Isso porque, aprenderam, em algum momento de estudo, que o Salmo é justamente uma resposta à temática da Primeira Leitura. Outro fato é que a Igreja recomenda que sempre cantemos o Salmo. Nossa Igreja, graças a Deus, tem bons músicos que se preparam e o cantam, mas também não é proibido rezar o Salmo. 

Então nós temos a Primeira Leitura, que está ligada ao Evangelho; o Salmo, que está ligado à Primeira Leitura. E nós temos, a Segunda Leitura, que é retirada do Novo Testamento e é referente a uma das Cartas ou epístolas e que, geralmente, ela não está ligada nem à Primeira Leitura, nem ao Salmo e nem ao Evangelho. Assim, podemos entender porque alguns padres não falam, às vezes, de alguma das leituras. Às vezes não comenta da Segunda Leitura. Ou, ainda, comenta apenas da Segunda Leitura, mas não das demais. Isso se explica justamente pela dificuldade em se realizar uma conexão entre todas as leituras. E aqui vai uma meia gota de catequese para todo mundo: o padre não é obrigado, pelo seu exercício ministerial, a falar das quatro leituras. A Igreja, em nenhum momento, diz que ele tem que comentar sobre todas elas. Eu, normalmente, o faço. Hoje, intencionalmente, não vou falar da Segunda Leitura. Mas os padres não têm essa obrigação. E é algo difícil, para o qual tem que se preparar bem, encontrando o eixo central de cada leitura para depois fazer uma reflexão coerente com as leituras propostas pela Santa Missa.

E sobre o Evangelho, podemos dizer que ele é retirado do livro de um dos quatro evangelistas. Nós temos Mateus, Marcos e Lucas, que são os sinóticos (e um dia eu explicarei sobre isto). E o último, o de João, que escreve de um modo diferenciado. Sendo assim, a Igreja reserva o Evangelho de João para os tempos especiais: Quaresma, Páscoa e Advento. Por isso que a gente vê mais o Evangelho de João nestes períodos.

E eu queria pedir para vocês que, ao terminar a Proclamação das Leituras, nós possamos responder com mais convicção. Porque, às vezes, a pessoa termina e fala: “Palavra do Senhor” e a resposta é muito fraca, não convicta. É um desânimo. Então é necessária uma resposta forte, convicta, animada! A celebração fica até mais bonita. E isso é aplicável a todas as outras respostas da missa. Por exemplo, quando o padre disser “Palavra da Salvação”, responder um forte “Glória a Vós, Senhor”. 

Quero ver hoje, no momento das leituras, se iremos responder assim, de modo forte e convicto. Então fica aqui esta Gota de Catequese. Você pode encontrar as outras 16 Gotas no site de nossa paróquia e no Facebook de nossa comunidade.

26/11/2017

Hoje, vamos falar sobre a Oração da Coleta. E por que se chama Oração da Coleta? Porque este é o momento em que o padre, presidente da celebração, na pessoa de Cristo, filho de Deus, recolhe todas as intenções da comunidade e eleva ao coração de Deus. Esta Oração da Coleta sempre começa com um "Oremos", que pode ser rezado ou cantado. E aí vem um momento de silêncio. Por quê? Para dar tempo de você, que participa da missa, colocar a sua intenção particular para Deus. Todos nós temos intenções para apresentar a Deus - rezamos pelo marido, pela esposa, pelos filhos, pelos pais, por alguém que está desempregado, por um doente... E, igualmente, este tempo também é para o padre colocar sua intenção particular.

 

Outro significado deste momento de silêncio é porque, às vezes, a gente canta um Hino de Louvor mais rápido e fica um pouco agitado, então essa pausa vem para nos acalmar. Às vezes, também, a gente entrou correndo na igreja (boa parte do povo ainda tem o hábito de chegar em cima da hora na missa) e não dá tempo de nos concentrarmos. E o silêncio é para isso: sintonizar-se com Deus e apresentar a sua intenção particular a Ele.

 

O Missal Romano, que é o livro que o padre utiliza para rezar a missa, diz assim: "Após o convite do celebrante, todos se conservam em silêncio por alguns instantes, tomando consciência de que estão na presença de Deus e formulando interiormente seus pedidos". Algumas pessoas dizem: "Poxa, eu vou à igreja e não consigo rezar", mas este momento existe propriamente para você colocar a sua intenção particular. E o texto do Missal continua: "Depois, o sacerdote diz a oração que se costuma chamar de 'Coleta', a qual a assembléia dá o seu assentimento com o 'Amém' final".

 

Algumas características

 

Esta oração é presidencial. E o que significa isso? Tem gente que diz que a missa é chata porque só o padre fala, mas quem diz isso ainda não entendeu que trata-se de um diálogo. O padre, na pessoa de Cristo, preside a missa, e algumas partes só ele, como presidente, pode falar. Mas o povo, então, responde e conclui, por exemplo, com seu "Amém". A Oração da Coleta é um destes momentos em que só o padre pode rezar, embora alguns sacerdotes peçam para o povo rezar junto (coisa que tem diminuído)... Mas agora você já sabe que não se deve rezar esta oração junto com o padre, porque é uma oração do presidente.

 

Por último, tem a questão de como é formulada esta oração, que é muito bonita. São quatro passos. O primeiro deles é uma invocação ao Pai. Na Oração da Coleta do 26º Domingo do Tempo Comum, por exemplo, há a invocação: "Ó, Deus". Depois, o segundo passo é um memorial breve, recordando o que Deus fez e faz por nós. Continuando o exemplo do 26º Domingo do Tempo Comum: "...que mostrais Vosso poder, sobretudo, no perdão e na misericórdia". Deus é misericordioso! No terceiro passo há um pedido - em toda missa há um pedido formulado: "...Derramai sempre em nós a Vossa graça para que, caminhando ao encontro de Vossas promessas, alcancemos os bens que nos reservai". E a conclusão: "Por nosso Senhor, Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém".

 

A Oração da Solenidade de Jesus Cristo, Rei do Universo diz assim: "Deus eterno e todo-poderoso [invocação a Deus], que dispusestes restaurar todas as coisas no Vosso amado Filho, Rei do Universo [memorial breve], fazei que todas as criaturas, libertas da escravidão e servindo à Vossa majestade, Vos glorifiquem eternamente [pedido]. Por nosso Senhor, Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém [conclusão]".

 

Viu só como é bonita esta oração quando entendemos o que está sendo rezado? Em resumo:

 

1- Na Oração da Coleta, o padre recolhe todas as intenções da comunidade e as eleva a Deus.

2- É uma oração do presidente da celebração, ou seja, o povo não pode rezar junto, mas responder o Amém em consentimento.

3- Esta oração é formulada em quatro partes: uma invocação, um memorial breve, um pedido e uma conclusão.

29/10/2017

Hoje nós vamos falar sobre o Glória, a oração que vem após o Perdão e que muitas vezes nós cantamos, mas que também pode ser rezado.

 

Nós não temos, precisamente, quando o Glória surgiu na história da Igreja; têm-se resquícios de que entre os séculos VII, VIII, se rezava em algumas missas. O que se sabe, exatamente, é que, no séc. IX, rezava-se o Glória no dia do Natal, mas somente o bispo podia rezá-lo. Depois, no séc. XI, começou-se a rezar nas missas dominicais. Por que nas missas dominicais? Porque domingo é o dia do Senhor – domingo sem missa, semana sem graça! E aí, então, começou-se a rezar em todos os domingos o Hino de Louvor.

 

De acordo com a instrução geral do missal romano – que é o livro de orações do padre para serem rezadas na missa, com cerca de 1.100 páginas –, o Glória é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a igreja congregada, ou seja, reunida no Espírito Santo, glorifica ao Pai e ao Cordeiro, Jesus. E por que se reza o Glória? Tem um significado de louvor e de glorificação; é uma mistura de louvor e súplica dirigidos ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, no qual nós estamos reunidos.

 

E para melhor entendermos o Glória, podemos dividi-lo em três partes. A primeira delas é o canto dos anjos na noite do nascimento de Jesus. Quando a missa ainda era celebrada em latim, por volta de 1965 e antes disso, na noite santa de Natal, o padre ou o bispo cantavam "Gloria in Excelsis Deo" e aí, então, a comunidade inteira entoava o Hino de Louvor bem bonito. Por quê? Porque "Gloria in Excelsis Deo" significa "Glória a Deus nas alturas", recordando e louvando o nascimento do nosso Salvador.

 

Depois, louvor a Deus Pai. Nós rezamos: "Senhor Deus, Rei dos Céus, Deus Pai, todo poderoso; nós Vos louvamos, nós Vos bendizemos, nós Vos adoramos, nós Vos glorificamos, nós Vos damos graças por Vossa imensa glória". E terceira, louvores seguidos de súplicas e aclamações a Cristo: "Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai. Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós; Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica; Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós. Só Vós sois o Santo, só Vós o Senhor, só Vós o Altíssimo: Jesus Cristo!" – Ele é o Cordeiro!

 

Viu só como precisamos rezar mais o Glória? É uma oração que deveríamos saber décor e salteado, mas muitos, principalmente os mais jovens da comunidade, não sabem, porque nós mais cantamos do que rezamos. Então, aos pouquinhos, nós vamos começar a rezá-lo também, para podermos aprender. 

 

Quando devemos rezar ou cantar o Glória? Todos os domingos, com exceção dos domingos da Quaresma – porque esperamos a Páscoa de Cristo – e do Advento – em que esperamos o Natal do Senhor. E quando cantar e quando rezar? A Igreja orienta que se cante, porque dá mais alegria; porém, Ela orienta que se cante a letra original do Glória, só que nós, no Brasil e na América Latina de modo geral, inventamos um monte de músicas. Algumas dão certo, outras não dão... Agora, o que não se pode cantar de jeito nenhum são músicas que fogem completamente do sentido do Glória. Por exemplo: "Glória, Glória, Aleluia! Glória, Glória, Aleluia! Glória, Glória, Aleluia! Louvemos ao Senhor!".

E por que não se pode cantar esta música, que era tão comum algum tempo atrás? Primeiro, porque ela não diz nada sobre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. E segundo que algumas pessoas ficam bravas porque essa música nasceu na igreja evangélica e nós a trouxemos para a Católica. Eu não tenho problema se nasceu na Igreja Católica ou não, o importante é o sentido da música; mas esta música em questão, alguns padres, sobretudo os mais velhos, ficam bravos. E você entendeu o porquê? Quando os padres ficam bravos com alguma coisa, alguns têm dificuldade de explicar, mas existe um porquê. Não é porque o padre não quer que cante, existe um significado.

 

Que a partir de hoje possamos rezar ou cantar o Glória compreendendo melhor o que nós estamos rezando.

22/10/2017

Nós estamos explicando a missa parte por parte, e na Gotinha de Catequese de hoje vamos falar sobre uma palavrinha bem pequenininha, mas que tem um significado muito importante para nós: o "Amém". Esta palavra não tem uma tradução literal para o português; aquilo que mais se aproxima dela é: "verdadeiramente", "de fato" e – o mais conhecido de todos – "que assim seja". Em outras palavras, com o meu amém eu estou confirmando e aceitando tudo o que foi dito precedentemente. Quando eu digo "Amém", portanto, eu estou reforçando ou confirmando alguma coisa.

 

Esta palavra tem origem no hebraico, algo como El Melech Neeman, que seria "Deus, Rei, Fiel". A junção destas três palavras, no hebraico, significaria Āmīn (lê-se Aman), que traduzido para as línguas latinas e anglo-saxônicas se fala Amém ou Ámen. No sentido judaico-cristão não houve tradução, porque senão perderia seu real significado, pois não tem uma palavra nestas línguas que se aproxime deste "Amém". Já o cristianismo colocou esta resposta ao final de cada aclamação litúrgica. Por exemplo, depois do Hino de Louvor – o Glória – o padre rezou uma oração que se chama Oração da Coleta (teremos uma Gota de Catequese sobre isso); ao final, ele falou: "Por nosso Senhor, Jesus Cristo, Vosso filho, na unidade do Espírito Santo... AMÉM".

 

A comunidade deve responder este "Amém", pois a missa não é um monólogo, em que só o padre fala; a missa é um diálogo entre Deus e a comunidade, entre Jesus e a comunidade, e o padre, que age na pessoa de Cristo, está presidindo. Então, a comunidade deve responder. Em alguns momentos da missa, o "Amém" quase nem sai, quando ele deveria ser o mais forte, porque eu estou confirmando tudo o que eu disse anteriormente.

 

"Amém", então, é proclamar que se tem por objetivo o que acaba de ser dito, com a intenção de ratificar, de confirmar e de unir-se àquilo que nós dissemos, ou seja, significa que nós estamos de acordo com tudo aquilo. O nosso "Amém" deve ser dito com entusiasmo! Na doxologia (também vai ter uma Gota de Catequese sobre isso), quando o padre levanta a hóstia e diz assim: "Por Cristo, com Cristo e em Cristo, na unidade do Espírito Santo, toda honra e toda glória agora e para sempre...", a comunidade responde: "Amém" – e eu quero só ver, ao longo da missa, este "Amém" bem forte, alegre e festivo!

 

Mas tem um "Amém" que a maioria das pessoas fala e que, na verdade, não existe – e este as pessoas falam forte: é o "Amém" depois do Pai-Nosso. Fora da missa, você sempre diz "Amém" depois do Pai-Nosso, mas na missa você não diz. E por quê? Vou deixar vocês com uma pulguinha atrás da orelha e, quando chegarmos nesta Gota de Catequese, eu explico o porquê.

por meio de uma reflexão feita pelo sacerdote (que pode ser acompanhado por um fundo musical, como estamos acostumados em nossa paróquia) a fim de ajudar o fiel a admitir as suas culpas, para que, reconhecendo a nossa humanidade, Deus possa agir em nossas vidas.

 

Para que esse momento seja melhor compreendido por nós, é importante sabermos que o perdão, na hora da missa, não perdoa os pecados graves, os pecados mortais. Somente os veniais. Catequese de Primeira Eucaristia: na hora da missa, somente os pecados veniais são perdoados – aqueles pensamentos que a gente não consegue controlar, aquela palavra que saiu atravessada para alguém, quando não ajudamos o próximo e ficamos com peso na consciência, quando eu cheguei atrasado para a Santa Missa... Somente os pecados veniais.

 

Os pecados mortais – matar, roubar, agredir alguém, profanar a Eucaristia e tantos outros – somente na confissão auricular, ou seja, confessando-se individualmente ao sacerdote. Aliás, aprendemos na catequese que devemos nos confessar, ao menos, uma vez por ano, por ocasião da Páscoa do Senhor. E por que a Igreja coloca isso? Porque não é possível ficar o ano inteiro sem nenhum pecado! Então, pelo menos uma vez por ano, lá na Quaresma ou na Semana Santa, a gente se aproxima do altar e faz a nossa confissão individual ao padre, que o perdão da missa não substitui.

 

Outra coisa. Em algumas músicas de perdão, nós cantamos "Kyrie Eleison" e "Christe Eleison", e muitas pessoas se perguntam o que isso quer dizer. Estas são palavras em grego: "Kyrie" significa "Senhor"; "Christe", "Cristo"; e "Eleison", "tende piedade". Então, quando ouvirmos "Kyrie" e "Christe" na missa, saberemos que estamos falando ou cantando: "Senhor, tende piedade" e "Cristo, tende piedade".

 

Para terminar, temos os modos corretos de pedir perdão, que podem ser dois: ou rezando o ato de contrição – "Confesso a Deus, todo-poderoso, e a vós, irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes, por pensamentos e palavras, atos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa. E peço à Virgem Maria, aos anjos e santos que rogueis por mim a Deus, nosso Senhor" – ou com uma música. Quando o perdão for cantado, a letra deve conter: "Senhor, tende piedade. Cristo, tende piedade. Senhor, tende piedade" ou "Kyrie eleison, Christe eleison, Kyrie eleison". Quando a música não tem essas palavras, ela não é litúrgica. E o que o padre tem que fazer nesse caso? Ao terminar, ele deve rezar com a comunidade: "Senhor, tende piedade de nós. Cristo, tende piedade de nós. Senhor, tende piedade de nós". E só depois disso é que ele faz o pedido do perdão: "Que o Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna. Amém". 

 

Por falar nisso, provavelmente a próxima Gota de Catequese será sobre o "Amém", esta palavrinha pequena, mas de grande importância para nós e que, às vezes, muitos não sabem o que significa.

24/09/2017

Hoje vamos falar sobre o Perdão na Santa Missa. O Ato Penitencial é a parte da celebração para termos um momento de interiorização e refletirmos sobre as nossas fragilidades. E temos dois modos de fazer isso: ou em silêncio – o padre faz uma introdução e, depois, todos fazem um instante de silêncio – ou por meio de uma reflexão feita pelo sacerdote (que pode ser acompanhado por um fundo musical, como estamos acostumados em nossa paróquia) a fim de ajudar o fiel a admitir as suas culpas, para que, reconhecendo a nossa humanidade, Deus possa agir em nossas vidas.

 

Para que esse momento seja melhor compreendido por nós, é importante sabermos que o perdão, na hora da missa, não perdoa os pecados graves, os pecados mortais. Somente os veniais. Catequese de Primeira Eucaristia: na hora da missa, somente os pecados veniais são perdoados – aqueles pensamentos que a gente não consegue controlar, aquela palavra que saiu atravessada para alguém, quando não ajudamos o próximo e ficamos com peso na consciência, quando eu cheguei atrasado para a Santa Missa... Somente os pecados veniais.

 

Os pecados mortais – matar, roubar, agredir alguém, profanar a Eucaristia e tantos outros – somente na confissão auricular, ou seja, confessando-se individualmente ao sacerdote. Aliás, aprendemos na catequese que devemos nos confessar, ao menos, uma vez por ano, por ocasião da Páscoa do Senhor. E por que a Igreja coloca isso? Porque não é possível ficar o ano inteiro sem nenhum pecado! Então, pelo menos uma vez por ano, lá na Quaresma ou na Semana Santa, a gente se aproxima do altar e faz a nossa confissão individual ao padre, que o perdão da missa não substitui.

 

Outra coisa. Em algumas músicas de perdão, nós cantamos "Kyrie Eleison" e "Christe Eleison", e muitas pessoas se perguntam o que isso quer dizer. Estas são palavras em grego: "Kyrie" significa "Senhor"; "Christe", "Cristo"; e "Eleison", "tende piedade". Então, quando ouvirmos "Kyrie" e "Christe" na missa, saberemos que estamos falando ou cantando: "Senhor, tende piedade" e "Cristo, tende piedade".

 

Para terminar, temos os modos corretos de pedir perdão, que podem ser dois: ou rezando o ato de contrição – "Confesso a Deus, todo-poderoso, e a vós, irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes, por pensamentos e palavras, atos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa. E peço à Virgem Maria, aos anjos e santos que rogueis por mim a Deus, nosso Senhor" – ou com uma música. Quando o perdão for cantado, a letra deve conter: "Senhor, tende piedade. Cristo, tende piedade. Senhor, tende piedade" ou "Kyrie eleison, Christe eleison, Kyrie eleison". Quando a música não tem essas palavras, ela não é litúrgica. E o que o padre tem que fazer nesse caso? Ao terminar, ele deve rezar com a comunidade: "Senhor, tende piedade de nós. Cristo, tende piedade de nós. Senhor, tende piedade de nós". E só depois disso é que ele faz o pedido do perdão: "Que o Deus todo-poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna. Amém". 

 

Por falar nisso, provavelmente a próxima Gota de Catequese será sobre o "Amém", esta palavrinha pequena, mas de grande importância para nós e que, às vezes, muitos não sabem o que significa.

27/08/2017

Hoje, vamos falar sobre as intenções da Santa Missa, para que possamos compreendê-las um pouquinho melhor. Em primeiro lugar: você sabe o que é o missal? Missal é o livro em que estão descritas missas para diversas coisas. Tem missa para os pais, missa pela família, missa pelos doentes... Missas de muitos tipos. E existem as missas votivas, ou seja, quando se celebra por alguma intenção particular. Nesse livro, também temos a missa pelos fiéis defuntos, que celebramos algumas vezes ao ano, mas especialmente no dia 02 de novembro (Dia de Finados). Então, é uma tradição antiga da Igreja que deve ser respeitada. Infelizmente, quem não conhece o missal ou todas as variações que existem nele, acaba celebrando sempre do mesmo jeitinho, mas ali tem uma série de oportunidades para celebrarmos as missas, com exceção dos domingos e das missas solenes, em que o padre não tem autoridade para mudar as orações.

 

Assim, a missa deve ter certa coerência quando eu penso nas intenções. Por exemplo, precisamos de paz lá na Síria; aí eu mando celebrar uma missa, mas não rezo particularmente pela paz daquele país. Ou, então, alguém pede para uma missa ser celebrada e nem sequer aparece nela. Isso serve, também, para a missa de um ente querido, missa de sétimo dia, de um mês, de um ano. Outro exemplo: "Ah, essa noite eu sonhei com vovó. Preciso mandar celebrar a missa para ela". Aí a pessoa liga e marca a missa da "Dona Gertrudes" às 7h do domingo; na missa, o padre pergunta: "Quem é o parente da Dona Gertrudes?", e ninguém levanta a mão. Temos que ter uma coerência de vida. Ao pedir para celebrar a missa, eu tenho que vir à missa! Portanto, já tem alguns meses que, aqui na paróquia Santa Teresinha, que está proibido marcar intenção de missa por telefone. A igreja não é telemarketing, não é disk pizza. Tem que vir à missa. É só chegar um pouquinho antes e colocar suas intenções.

 

Depois, existem vários tipos de missas para diversas intenções, mas eu queria falar para vocês, particularmente, sobre a missa dos fiéis defuntos. Existem, normalmente, três tipos: a missa de oração particular, na qual eu peço para que aquela missa seja única e exclusivamente para o defunto que eu quero rezar – eu não tenho o hábito de celebrar uma missa especial apenas para uma alma, costumamos celebrar com a comunidade reunida; a missa Pro Populo, que significa que o padre deve celebrar a missa por todas as intenções da comunidade – em nossa paróquia, geralmente colocamos na missa das 10h do domingo, mas acaba que todas as missas são Pro Populo; e a missa gregoriana, em que se pede para o padre celebrar por 30 dias consecutivos uma missa por aquele fiel defunto, por aquela alma – aqui, no Brasil, nunca me pediram para rezá-la, diferentemente de quando eu estava no exterior, quando várias pessoas me pediam, pois é uma tradição europeia e, sobretudo, de algumas pessoas no norte da América.

 

Entendido isso, temos a parte dos valores. Algumas pessoas chegam e falam: "Quero celebrar a missa para ...", e vêm com 355 nomes. Aí perguntam quanto custa. Não custa nada! É uma contribuição voluntária. "Ah, mas eu posso dar qualquer, valor?". Claro que pode! A pessoa doa aquilo que pode. Nós pedimos, inclusive, para que esse valor seja depositado na coleta da missa (Ofertas) ou nas caixinhas espalhadas pela paróquia. Só que algumas pessoas acham que, porque pagaram um valor, têm o direito de escolher as coisas. Não é assim que funciona, só pode escolher quando a missa é individual, o que, até hoje, nunca alguém, aqui na paróquia, me solicitou. Nunca aconteceu, então quero dizer para a comunidade que não é pagamento, é contribuição. A missa individual tem sim um valor; a missa gregoriana tem outro valor; mas, até hoje; ninguém me pediu. Algumas paróquias têm o hábito de pedir um valor determinado para cada intenção; aqui, nós nunca dissemos nenhum tipo de valor. E o que eu queria pedir para vocês é que parassem de falar a história dos valores e outras coisas mais, pois, como que disse, aqui não pode ser um supermercado da fé. Estamos na igreja, onde, reunidos em família, celebramos a nossa fé.

 

Recordemos, então, de trazer em nossos corações as pessoas para quem queremos rezar, pois mais importante do que a quantidade de missas, é a qualidade da missa que eu celebro, e como eu vou celebrar uma missa intencionalmente por alguém se coloco 30 nomes nas intenções? Fica um pouco difícil focar naquela pessoa, recordar aquela pessoa. Portanto, a partir de outubro, aquelas listas imensas não serão mais lidas. Vocês podem continuar trazendo, sem problema nenhum, mas elas serão colocadas sobre o altar, e lá eu olharei por elas e trarei todas aquelas intenções ao meu coração.

 

E você sabe qual o momento certo de rezar por essas intenções? O primeiro momento é quando você entra na igreja. Olhe para o sacrário, para a cruz de Cristo, e entregue a sua intenção a Ele. E qual o segundo momento? Na oração da coleta, a oração após o Hino de Louvor. Depois de cantar o Glória, o padre fala: "Oremos". Há um pequeno momento de silêncio, porque é quando o padre recolhe as intenções de toda a comunidade; cada intenção trazida no coração, o padre recolhe e eleva ao coração de Deus. Esta é a hora da intenção pessoal, o momento correto de colocar a sua prece. Nas preces dos fiéis, não se reza individualmente, mas coletivamente. E qual o outro momento de rezar? Na hora da Oração Eucarística, que tem uma palavrinha feia, mas vocês vão recordar dela, chama: "memento dos vivos e memento dos mortos". Os mais antigos, os mais experientes, devem recordar de ter visto isso na Catequese. Ali, quando o padre reza por todos os vivos, é o momento de trazer as pessoas vivas em nosso coração e pedir que Deus as abençoe; depois, no memento dos mortos, nós trazemos em nosso coração as intenções daqueles que nos precedem no Reino dos Céus , e novamente o padre fica em silêncio para você trazer a pessoa em seu coração. E qual é o último momento em que você pode rezar pelo seu ente querido na Santa Missa? Na hora da comunhão. Você comungou, voltou para o banco, se ajoelhou, se concentrou, fez a sua oração pessoal e, então, pode rezar por aquela pessoa querida. Estes são os momentos ideais para se rezar para um fiel que partiu para a casa do Pai.

 

Aí algumas pessoas me perguntam: "Padre, o senhor está nos proibindo de celebrar a missa?. Não. Se você passar a semana inteira angustiado porque se lembrou do seu tio que partiu para a casa do Pai, venha falar com a gente e coloque sua intenção na missa; se, na hora da missa, você se lembrar da sua vizinha que faleceu quando tinha nove anos de idade, venha e coloque sua intenção. O que não vamos fazer a partir de outubro é ler todas aquelas imensas listas de  intenções – porque, quando eu cheguei aqui na paróquia, tinha aí lista plastificada, que

nem dono tinha mais! Então, agora que já expliquei, vamos, daqui a um mês, dar mais um passo na nossa fé. Amém!

19/02/2017

Para que sejamos mais fiéis àquilo que nós celebramos, estamos explicando a missa parte por parte nas Gotas de Catequese. Nós falamos, recentemente, da Procissão de Entrada e da pessoa do padre quando celebra a missa – a Persona Christi. O padre, quando está celebrando os sacramentos, age na pessoa de Cristo, ou seja, é o próprio Cristo que celebra os sacramentos. E, hoje, nós vamos falar sobre o beijo que o padre dá no altar antes de começar a missa. Por que beijar o altar?

Primeiro, é necessário entendermos o que é o altar. Para nós, ele representa dois aspectos: o altar do santo sacrifício e a mesa do Senhor. No Antigo Testamento, as famílias, em algumas religiões, faziam altares para oferecer sacrifícios a Deus; normalmente, animais eram oferecidos em holocausto ao Senhor. E Jesus é o Cordeiro de Deus para nós, Aquele que oferece a Sua vida pela nossa salvação. Já na última ceia, este altar também tem o significado da mesa da refeição, a mesa da partilha, onde Jesus partilha a Sua vida, a Sua história, a Sua esperança, a Sua fé com os discípulos. Portanto, no altar nós celebramos o santo sacrifício e a mesa da partilha.

 

Neste altar, nós temos uma veneração e, por isso, nós o beijamos. O beijo, que é algo muito antigo nas tradições. Em algumas culturas, inclusive, as pessoas beijam-se umas às outras no rosto ou na boca quando se cumprimentam. Deste modo, o beijo é algo histórico para nós. E na Palavra de Deus, São Paulo nos diz: "Saudai-vos uns aos outros no Senhor, com o ósculo santo" (1Cor 16, 21). O que é o ósculo? É o beijo. São Paulo pede para nos cumprimentarmos com um beijo.

Assim, o padre beija o altar neste sentido de cumprimentar e se unir a Cristo Jesus naquele sacrifício que estamos celebrando. A mesa, o altar, que também tem estes dois significados na hora do beijo: a união do sacerdote com o altar, e a caridade. Porque o que celebramos naquele altar do santo sacrifício deve nos levar à caridade, a partilhar o pão, partilhar a Palavra de Deus, sermos sustento na vida de quem está passando por alguma dificuldade.

Então, após a procissão de entrada, o padre sobe e beija o altar com o Cristo, em nome de toda a igreja. O sacerdote, como cabeça dos fiéis, em nome de todos, beija o altar, ligando a comunidade celebrante a Cristo Jesus Ressuscitado. Portanto, quando o padre beija o altar, somos todos presentes na missa que o estamos beijando.

Até cerca de 1960, existiam várias orações que o padre tinha que rezar antes da missa, na hora de beijar o altar. Hoje não mais, mas eu, por um ato devocional, piedoso, da minha parte – não é uma orientação da Igreja –, coloco a mão no altar e peço ao Senhor: "Dai-me a graça de celebrar esta eucaristia como se fosse a minha primeira, a minha única e a minha última celebração". E aí eu beijo o altar. E aquilo me dá uma força, aquilo me sintoniza com Jesus e com cada um de vocês que estão na santa eucaristia.

Portanto, o padre beijando o altar é o próprio Cristo que beija este altar; é o Cristo que, em nome da comunidade, beija este altar onde será celebrado o sacrifício da santa eucaristia.

10 - Persona Christi: é o próprio Cristo que celebra a Santa Missa

05/02/2017

Retomamos hoje as Gotas de Catequese, onde explicamos a missa parte a parte. Desde o momento no qual saímos de casa, passando por todos os principais pontos da missa e ainda chegaremos no momento em que estamos voltando para casa. Já falamos sobre o tempo de chegada de 10 minutos antes da missa; como entrar e sair da igreja fazendo a genuflexão; como fazer o sinal da cruz. Na última Gota, falei sobre a procissão de entrada, que recorda o povo de Deus caminhando rumo à Terra Prometida e nós, como povo peregrino, que rumamos em direção ao céu. Por isso, a procissão de entrada é iluminada pelas tochas – sendo a luz, a presença do Cristo Ressuscitado – e também traz a cruz, como sinal de nossa salvação. Nela, os ministros, coroinhas, cerimoniários e o padre representam todo o povo de Deus. Por isso o canto tem que ser, de preferência, um canto de marcha, um canto que impulsione as pessoas a andar. E ainda naquela ocasião, eu disse que o foco não deveria ser a acolhida do padre pois, embora ele esteja presidindo a missa, toda a comunidade celebra; segundo, disse que o padre é o Cristo na hora da missa. Aí o motivo da catequese de hoje pois muitos acharam isto um pouco estranho.

                Mas como isso é possível? Como o padre está se equiparando a Cristo? Não estou me comparando a Cristo. Sou apenas um pecador. Se o Papa Francisco diz que é pecador, imagine eu! Mas a teologia católica, que todo fiel deve saber, apresenta um termo em latim que se chama persona Christi, que significa pessoa de Cristo. Quando o padre está presidindo a Eucaristia na Santa Missa, ou qualquer um dos Sacramentos, não é a pessoa do Tiago – mortal, de carne e osso – , este pecador, mas o próprio Cristo que celebra a Eucaristia. A missa não é um teatro, mas sim um sacrifício. E é o mesmo sacrifício que Jesus ofereceu na cruz há cerca de 2000 anos. Portanto, não existe encenação na missa, mas sim o sacrifício eucarístico. Quando o padre age na pessoa de Cristo não é a mesma coisa de quando você delega um documento a alguém para que ele possa lhe representar. Não é uma procuração que Jesus lhe deu. Com uma procuração, o advogado representa o cliente. Aqui, eu não estou representando Jesus. É o próprio Cristo que age através deste pobre mortal. Então é importante termos isto claro porque este fato independente se é o Tiago ou qualquer outro padre: todos agem na pessoa de Cristo e na hora da missa são o próprio Cristo. E é fundamental ter este entendimento porque, não importa em qual lugar do mundo eu esteja, eu estou celebrando a mesma eucaristia. Pode acontecer que não houve muita empatia com determinado padre mas, mesmo assim, a missa existiu. Pode ser que o modo brincalhão não lhe pareça o ideal, mas há também quem goste. Há padre que canta muito bem, há padre que prega muito bem. Assim como tem padre que é mais recatado, mais simples e até pode ter certa dificuldade com o microfone. Mas não deixa de ser missa. E é importante, se queremos amadurecer na fé e naquilo que celebramos, compreender este mistério da fé que se chama persona Christi.

                 

(Padre Tiago Silva – 05.02.17)

9 - A Procissão de Entrada: o que ela representa?

06/11/2016

Estamos realizando, aqui na Paróquia Santa Teresinha, as Gotas de Catequese – pequenas explicações sobre aspectos litúrgicos da missa – e hoje, finalmente, vamos falar sobre a procissão de entrada e o que ela significa.

Acabamos de ver uma procissão de entrada muito bonita, que vai ajudar-me a ilustrar o que eu quero explicar. Este momento da celebração nos lembra uma passagem do livro do Apocalipse: “Caminhando para o altar, dirigimo-nos para o Cordeiro, que no altar está vivo e triunfante [Ap 5,6]”. Sendo assim, nossa caminhada em direção ao altar do Santo Sacrifício lembra o Cordeiro Imolado, que é o Cristo Jesus. Lembrando que “missa” significa “sacrifício”, um sacrifício de amor. E Jesus deu a Sua vida pela nossa salvação. Esta caminhada lembra Jesus em direção a Jerusalém, onde Ele sofre o sacrifício da cruz. Jesus, mesmo sabendo que seria crucificado, continua Sua caminhada. A procissão lembra, ainda, o povo em marcha. Como, por exemplo, o povo caminhando da escravidão do Egito em direção à Terra Prometida. Caminhada esta que durou 40 anos.

Nós somos um povo peregrino, um povo caminhante. Nós não somos uma Igreja parada mas, sim, uma Igreja em movimento. Isto é importante, pois há quem diga que a Igreja Católica é parada, mas ela não é. Nós até podemos ser, mas a Igreja não! Nós somos uma igreja em movimento. Papa Francisco fala de uma Igreja em saída, uma Igreja peregrina. E nós peregrinamos da nossa casa até a Igreja: há sempre um caminho até o Santuário do Senhor. Portanto, a procissão de entrada representa o povo caminhando junto. Não é apenas o padre que celebra a missa. Quando você diz que vai à Igreja – fala para as crianças, avisa os familiares e amigos –, como você se refere a isto? Tem muita gente que diz “Vou assistir à missa”. Eu assisto à missa na televisão, não na Igreja. Quando vou à Igreja, eu vou para participar, vou celebrar a Santa Missa. O padre preside a comunidade peregrina assim como Moisés presidiu o povo em direção à Terra Prometida. Jesus, com seus discípulos, conduzia também o povo em direção a Jerusalém assim como o padre conduz o povo, mas não celebra a missa sozinho. Portanto, procuremos não falar mais este termo. Não se deve mais dizer “vou assistir à missa”. Digamos “vou participar”, “vou celebrar” ou, no mínimo, “vou à missa”. Mas tiremos a palavra “assistir”.

                Neste sentido, é importante orientar os animadores que nós não vamos dizer mais, ao anunciar a procissão de entrada: “vamos agora, com muita alegria, acolher os coroinhas, os cerimoniários, os ministros, os leitores e o Padre Tiago”. Nós nos acolhemos todos, uns aos outros, porque a missa não é um teatro, onde o presbitério é o palco, onde o padre está encenando e a comunidade, assistindo. Nós estamos celebrando juntos a Santa Missa. Então a partir de hoje não se diz mais “Vamos acolher o Padre Tiago”. Em breve, fará 2 anos que estou aqui, e este tempo já é o suficiente para todos me conhecerem e também saberem meu nome. Então já podemos parar de anunciar o nome do padre na procissão de entrada.

Outra coisa importante é a música porque, quando a gente está numa procissão ou quando um exército está em marcha, eles não vão desanimados. Eles vão em ritmo forte. A música de entrada não pode ser um funeral. Ela deve ser animada. Porém o correto, liturgicamente, é em marcha. Para mim, sendo animada, está muito bom. Só não pode ser triste. Tem que levar o povo a cantar. Um motivando o outro para chegarmos juntos ao altar do Santo Sacrifício onde, ao chegar, o padre beija-o. E este, será o tema para a próxima Gota de Catequese.

 

(Padre Tiago Silva - 06.11.16)

8 - As cores litúrgicas: qual o significado?

23/10/2016

Hoje, falaremos sobre as cores! Como vimos na 6ª Gota de Catequese, a missa não é algo que o padre pensa e decide sobre qual Evangelho irá falar... Do mesmo modo são as vestes! O padre não abre o guarda roupa e diz: “Que cor eu vou usar hoje?”. As cores têm um significado, representam os Tempos Litúrgicos.

As casulas - vestes que o padre usa durante as celebrações - têm cores que variam durante o ano e que nos ajudam a interiorizar e aprofundar a nossa fé em Cristo.

 

A cor BRANCA é a mais festiva! Lembra a Ressurreição de Cristo, a Festa, as grandes Memórias – como o Dia de Nossa Senhora, por exemplo. Nos casamentos, o padre utiliza a cor branca porque é uma festa!

 

A cor VERDE é a mais comum! Usada durante as 34 semanas do Tempo Comum. O verde nos lembra da esperança e, assim como, a Natureza se renova, a nossa fé deve ser renovada constantemente! No cotidiano da vida não podemos perder a esperança!

 

A seguir temos dois tons de ROXO, um mais escuro e outro mais claro. Oficialmente só existe uma cor, mas há um movimento na Igreja para se distinguir os dois tons. Na Quaresma a cor ROXA ESCURA lembra a penitência e a conversão, que todos nós devemos percorrer. Quando você vai se confessar, o padre usa a estola de cor roxa escura, pois dá a conversão do nosso coração.  Já a cor ROXA CLARA, se usa no Tempo do Advento, já que à espera do menino Jesus o nosso coração se prepara para o nascimento do Salvador.

Seja na Quaresma ou no Advento, existem dois domingos que celebramos a alegria – a alegria da proximidade da Páscoa de Cristo e a alegria da proximidade do Natal do Senhor. Por isso, se usa o RÓSEO no 4º domingo da Quaresma e no 3º domingo do Advento, chamados Laetare e Gaudete, em latim, respectivamente. 

 

E a cor VERMELHA? O padre não usa a cor VERMELHA por ser a favor de determinado partido político, como já foi vinculado... O vermelho lembra o fogo do Espírito Santo, é a cor de Pentecostes, lembra homens e mulheres que deram a vida pela fé, lembra o martírio, o sangue.

 

E por último, que poucos viram ainda, a cor PRETA, usada oficialmente no dia 2 de novembro e também para as missas de corpo presente. Na falta do preto, usa-se o roxo escuro (alguns padres usam o branco, mas não é isso que a Igreja orienta). No luto, nós ficamos na esperança da ressurreição!

Resumindo... BRANCO - Ressurreição; VERDE - Esperança; ROXO ESCURO - Penitência; ROXO CLARO - a espera do Nascimento de Cristo; RÓSEO - a alegria da espera do Nascimento ou Páscoa de Cristo; VERMELHO - o Espírito Santo ou martírio e PRETO - o Luto e a Esperança na Ressurreição!

 

(Padre Tiago Silva - 23.10.16)

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