O novo desafio da nossa fé: a Comunhão Espiritual
Neste tempo tão diferente ao que estamos passando, fomos incentivados a acompanhar as missas através das mídias sociais e, com tudo isto, também estamos aprendendo a ter novos comportamentos e desafios e um deles foi a Comunhão Espiritual, mas você sabe o que é isso?
Confesso que eu também não sabia e fui procurar conhecer. Eis o que encontrei: A comunhão espiritual é o caminho para receber a Eucaristia quando não se pode
recebê-la sacramentalmente na Missa.
Não poder receber a Eucaristia não significa não poder se predispor a acolher Jesus com o coração. Na história da Igreja existe uma antiga práxis, confirmada em particular pelo Concílio de Trento, a Comunhão Espiritual, onde com uma oração exprime-se o desejo ardente de acolher Jesus Cristo pelo menos espiritualmente, quando não é possível receber a comunhão sacramental.
“Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20). Com essa promessa, Jesus fala de Sua Divina presença em nosso meio, pela Eucaristia. No entanto, vivemos um tempo em que não podemos recebê-Lo sacramentalmente, nem participar presencialmente de Seu Sacrifício redentor, que se realiza na Santa Missa, mas podemos fazer nossa comunhão espiritual.
A comunhão espiritual, segundo Santo Afonso Maria de Ligório, consiste no “desejo de receber a Jesus Sacramentado e em dar-Lhe um amoroso abraço, como se já O tivéssemos recebido”.
Para realizar bem essa prática bendita, faz-se necessário o recolhimento de coração e uma postura coerente ao mistério que será vivenciado. Assim, antes de participar da Santa Missa pelos diversos meios de comunicação disponíveis, é preciso transformar o ambiente – externo e interno – em um lugar propício para se receber Jesus; esse é o momento de voltar toda a nossa atenção a Ele.
Durante a celebração, comportemo-nos como nos comportaríamos dentro da Igreja, no que diz respeito às posições corporais em cada momento da Missa e a todas as respostas que competem à assembleia; essa postura guiará a alma para melhor viver o momento da comunhão espiritual.
Chegado o momento em que o sacerdote inicia o rito da comunhão, faz-se necessário buscar ainda maior recolhimento, reconhecer humildemente a nossa pequenez diante da grandeza de Deus, nossa miséria e indignidade diante do grande mistério que se apresenta aos nossos olhos e, nesse reconhecimento, suplicar de Deus o perdão.
Recomenda-se ainda, para que a comunhão espiritual seja bem realizada, que se faça um ato de fé na Eucaristia (professando a certeza de que Jesus se faz presente na Santíssima Eucaristia), um ato de amor (dizendo a Jesus que O amamos sobre todas as coisas), um ato de desejo (expressando o forte e sincero desejo de recebê-Lo na alma) e um pedido de que Jesus se dê espiritualmente naquele momento e que permaneça para sempre, nunca nos abandonando.
Santo Afonso ensina a seus filhos espirituais uma belíssima oração para esse momento:
“Meu Jesus, eu creio que estais realmente presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, a meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós.”
Não percamos a fé, mas procuremos sim fortalecê-la cada dia mais, para que logo possamos retomar nossas vidas – não como era antes, e sim transformados, dando o verdadeiro valor ao que sim vale a pena: o amor! O amor pelos nossos entes queridos, pelos nossos dons e carismas, pela natureza... e principalmente a Eucaristia. Que estes novos tempos possam nos aproximar ainda mais de Jesus!
Fonte: Comunidade Católica Shalom e Vatican News.